sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Trovas de Fernando Teófilo

O amor é uma fantasia
comparada ao carnaval.
Enquanto dura a alegria,
não se pensa no final...

O crepúsculo da vida
nos traz recordação mesta
da última despedida,
que outrora foi tanta festa...

Consultar o coração
é como beber saudade...
Pro Brasil ser campeão,
importa é bola na rede...

É tanto acorde perfeito
no teu corpo violão,
que pra tocá-los com jeito,
preciso ter muita mão...

Na guerra, como no amor,
onde a vitória se augura,
de tudo vale dispor,
até mesmo da loucura...

Loucuras da mocidade,
fiz tantas que até cansei.
Não as fiz por vaidade,
mas pelo muito que amei...

Se o amor é sempre loucura,
não consigo compreender
por que tanto amor perdura
além da vida de um ser?...

Meu pai foi como uma luz,
na escuridão que vivi,
a mão que os cegos conduz,
que, infelizmente, não vi...

Hei de amar-te, eternamente,
além desse mundo louco,
que a Morte não tolhe a gente,
só retarda o amor um pouco...

Não tente educar alguém
que não tenha jeito terso,
pois não se molda ninguém:
educação vem do berço...

Qual a mais bela estação,
se elas são tão desiguais?...
Depende da ocasião,
ou da licença dos ais...

Recebi louros, na vida,
fui muito feliz, embora,
somente uma despedida
fez sombra da minha aurora...

As sombras do meu caminho,
de muito longe, avistei,
que a vida não plantou pinho
nos charcos por onde andei...

A velhice vem chegando,
apontando a Solidão.
E o peito, cambaleando,
não desgruda da Ilusão...

Meu caminhão encantado
com as curvas dos teus quadris,
subiu ladeira "afogado",
e desceu pedindo bis...

Ao tempo em que vou vivendo
por esta terra-de-cães,
não alcanço, não entendo
por que fenecem as mães?...

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